segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Literatura e Carnaval: Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro dos sonhos impossíveis

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Ontem, os desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro tiveram como abre-alas a União da Ilha do Governador e, mais uma vez, a literatura recebe um carinho especial no carnaval brasileiro. Um clássico da literatura universal “Dom Quixote de La Mancha” foi a obra homenageada da noite. A escola, campeã do grupo de acesso no ano passado, levou para a avenida a história de aventuras de um fidalgo espanhol que apresentava, aproximadamente, cinquenta anos e, nos intervalos dos afazeres, gostava de ler livros de cavalaria. O prazer pela leitura cresceu tanto que o fidalgo vendeu parte de suas terras para comprar livros de cavalaria e enriquecer cada vez mais sua imaginação. Porém as histórias invadiram a imaginação do leitor que resolveu tornar-se um cavaleiro andante em busca das aventuras e viver tudo que havia lido. Esse cavaleiro escolheu o nome de Dom Quixote de La Mancha que montado no cavalo batizado por Rocinante e acompanhado pelo fiel escudeiro Sancho Pancha investiu em aventuras oníricas.

O cenário medieval e as tradições espanholas como touradas, castanholas e leques, instrumento de determinação feminina, enriqueceram a escola que soube levar para a Marquês de Sapucaí a história medieval do espanhol Miguel de Cervantes. A segunda obra mais comercializada no mundo foi publicada em dois volumes, em 1605 e 1615 e é uma sátira sobre os romances de cavalaria de muitos leitores daquela época. Um livro crítico que preza pelo lúdico da insensatez e pelo universo dos sonhos tão procurados pelos leitores.

Segue o samba-enredo para quem tem uma louca ilusão e um Quixote no coração!

Voltou a Ilha
Delira o povo de alegria
Nessa folia sou fidalgo, sou leitor
Cavaleiro sonhador
Meu mundo é de magia
Vou cavalgar no Rocinante
Meu escudeiro é Sancho Pança
Se Dulcineia é meu amor
Quem eu sou?
Dom Quixote de La Mancha
O gigante moinho me viu, deu no pé
O povo grita... Olé
Nesse feitiço tem castanhola
A bateria hoje deita e rola
Vesti a fantasia, fui à luta
Venci manadas, rebanhos
Fiz de uma bacia meu elmo de glórias
Meus livros se perderam pela história
Enfim, fui vencido pelo Branca Lua
Voltei pra casa esquecendo as aventuras
O tempo ficou com meus ideais
Quimeras são imortais

A Ilha vem cantar
Mais um sonho impossível... Sonhar!
Quem é que não tem uma louca ilusão
E um Quixote no seu coração


Autores: Grassano, Gabriel Fraga, Márcio André Filho, João Bosco, Arlindo Neto, Gugu das Candongas, Marquinhus do Banjo, Barbosão, Ito Melodia e Léo da Ilha

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