terça-feira, 31 de maio de 2011

Encanto, coisa que delicia...


"Mas eu olhava esse menino, com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sobêjo de esforço, fazia de conversar uma conversa adulta e antiga. Fui recebendo em mim o desejo de ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira – só meu companheiro amigo desconhecido” Riobaldo
O encanto acontece até mesmo em situações simples....dessas como uma conversa, uma apresentação ou um papo despretensioso....depois as dobras do encanto se desdobram numa afinidade, num encontro, na balada, no calor dos corpos mesmo sem se tocarem. O beijo então como união de calores num dia de frio. De repente, duas almas formam um amor. Almas que se juntam e se fecundam num só coração.
O encanto é inexplicavelmente uma surpresa... e isso é o melhor. Afinal, surpresas são sempre boas e importantes. Não é a toa que Deus virá como um ladrão, sem hora nem dia marcado, de surpresa. Também é de surpresa que a morte nos pega, mesmo quando já a esperamos. Mas a morte é boa? Talvez a morte seja a única surpresa não boa, mas ela é superável, pois é com tal surpresa que o amor é mais forte que a morte.
Não há vida sem encanto, sem feitiço...como não há vida sem amor, esperança. Por isso, cada um se enfeitiça de algo, de alguém... é como se fosse uma ordem natural! Todos sentimos essa necessidade! Uns se deixam seduzir por coisas simples, outros por sonhos irrealizáveis, mas com realidade ou sonho, o encanto é fundamental e...
o amor necessita de encanto...